10 de janeiro de 2013


Nunca Ame.

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   Uma vez, quando eu era mais jovem, me disseram que a decisão mais certa que eu poderia tomar na vida seria a de não me apaixonar. Disseram-me, que o amor doía e que os que mais sofriam eram os que se entregavam totalmente a esse sentimento. Eu era muito nova, fiquei assustada com o conselho que recebi; afinal, outros falavam tão bem do amor para mim, diziam que era o melhor e o maior sentimento que um ser com vida possa sentir e transmitir. Passei alguns anos tentando entender porque teorias sobre o mesmo assunto podem ser tão diferentes e ao mesmo tempo tão intrigantes.

   Conheci Lucas, e as primeiras perguntas a virem em minha cabeça foram: Qual, dos dois conselhos, devo seguir? Qual irá, realmente, me privar de decepções e me trará felicidades? 

    Fiquei na dúvida e resolvi, simplesmente, deixar acontecer. Que boba eu fui, deveria ter me lembrado que o amor é algo crescente, alguém já havia me falado isso, mas minha vontade de viver intensamente me fez acreditar que se deixando as coisas acontecerem, tudo iria tomar o rumo certo e que no final das contas, uma das teorias iria se encaixar perfeitamente sem que eu precisasse escolher. Logicamente, a que venceu foi a de que o amor é lindo, o amor é belo e que estando com o grande amor da minha vida, minhas chances de ser feliz mais do que duplicavam. Merda, eu devia ter escutado a razão e não “ter deixado acontecer”. No começo, tudo parecia um desenho de princesa da Disney, do tipo que você não precisa nem assistir para saber que o final vai ser feliz, repleto de música, dança, beijos e the end colorido. Porém, conforme o tempo passou, o amor foi deixando rastros de dor e decepção em minha mente. Lucas já não era o homem da minha vida, e sim o homem para que eu rezava todos os dias pedindo que saísse de uma vez por todas do meu dia a dia. Nossas brigas se tornaram constantes, nós mal nos olhávamos nos olhos, já não nos tocávamos... Era como conviver com um estranho dentro de minha própria casa. Mas a gota final, o que eu precisava para ter a coragem de dizer adeus ao homem que eu pensei ser o cara certo para viver todas as melhores décadas de nossas vidas ao meu lado, foi quando eu descobri que ele estava me traindo. Sim, Lucas me traia. E isso só fez com que a dor aumentasse. Passei noites em claro, passei dias sozinha olhando para o nada através das janelas.

    Demorou para que eu me recuperasse, mas agora já estou bem. Acho até que bem demais, pois o novo capítulo da minha vida irá se iniciar ao lado de Chris, um cara legal que conheci em um barzinho, ele é um bom homem, me trata como toda mulher deve ser tratada, na base das flores e dos bilhetinhos românticos todas as manhãs de domingo. Porém, desta vez, eu decidir ter as rédeas da situação em mãos e não vou deixar as coisas acontecerem, agora irei utilizar o primeiro conselho: “Não se apaixone”, “Não se entregue totalmente”. E assim será, viverei esse novo capítulo sem me entregar. Talvez até sem amar. Será possível viver uma história de amor, sem amor? 

                                                                                                        @MickellyFarias
                  

5 comentários:

Unknown disse...

Adorei o texto, muito bom.
seguindo.
pos-descobertas.blogspot.com

Taís Alvez disse...

Ual... Que texto mais lindo!
Seguindo aqui viu? Obrigada pela visita :)

Gabi Barros disse...

Oi linda, adorei o blog, uma fofura! :3
Já estou seguindo aqui também!
Beijos..

http://gabidb.blogspot.com.br/

Keith Pappen disse...

Que texto lindo, adorei. Beijão <3

www.detalhesamor.blogspot.com | @keithpappen

Dariane Vale - Blog Moda e Gestão disse...

Nossa, que texto lindo. Como diz a musica "de que vale o paraíso sem amor?". Lindo o seu blog!!
Te convido a conhecer os meus blogs, ficarei muito feliz com a sua presença!! Beijos
Moda e Gestão
www.fashionandmanagement.com
www.clubedeblogueiras.com.br

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